Que o mercado imobiliário brasileiro passa, de tempos em tempos, por ciclos de altas e baixas todos nós já sabemos! Muito embora tais ciclos possam ter duração incerta ou não especificada, a depender da realidade de momento.
Isso se verifica por conta do cenário internacional, das variações de dólar e dos preços de insumos e commodities, da alta inflacionária, das modificações nas políticas de financiamento imobiliário, das variações da SELIC, dentre outros fatores de relevância, como o cenário de incerteza política.
Estamos iniciando no Brasil um novo ciclo de alta, com boas projeções, se consideramos o contexto mundial e as economias dos países vizinhos, impactados pela COVID-19.
Em momento de aquecimento no mercado imobiliário, é muito comum novos incorporadores – os de primeira viagem – se “lançarem ao mar”, na expectativa de ganhos superiores àqueles oriundos de outros investimentos como os de renda fixa, de títulos do tesouro direto, de ações em bolsa de valores, de caderneta de poupança, etc.
Nada (…absolutamente nada!) contra os incorporadores de primeira viagem. Ao contrário! Sempre se incentivamos o empreendedorismo. Ocorre, porém, que a incorporação imobiliária, embora altamente rentável, não se viabiliza positivamente sem informação de qualidade!
Pior cenário ainda se percebe quando esses incorporadores de primeira viagem, ignoram o conhecimento dos que já trilharam esse caminho, por considerar dispensável esse “custo” de consultoria ou mentoria.
Aliás, muitos empreendimentos inacabados e abandonados em todo o país são frutos desse mindset obsoleto.
Ao que parece, o caráter “intangível” do conhecimento continua o relegando à margem dos itens essenciais para a construção de um empreendimento, onde se sobressaem “tangíveis ou palpáveis”, como os tijolos, as ferragens e insumos de forma geral.
Fato é: A Incorporação Imobiliária sem informação, sem conhecimento e sem planejamento é NATIMORTA! Sim, desde a “concepção do produto imobiliário”.
No tocante à falta de viabilidade jurídica para um empreendimento, que acontece com frequência, reforça-se a importância do acompanhamento de um(a) advogado(a) especialista na matéria para assessorar o incorporador.
Equivoca-se quem acha possível constatar o resultado seguro de um empreendimento imobiliário baseado em “achismos”, aventuras jurídicas e em “contas de padaria”.
Veja: Resultado IMAGINADO é totalmente diferente de resultado PLANEJADO!
Na verdade, “lucro ótimo” é fruto de uma cadeia de ações consubstanciadas no planejamento e nos estudos de viabilidade. Conceitos esses diametralmente opostos à ideia de “achismo”, comumente verificada nas condutas de muitos incorporadores de primeira viagem ou até mesmo em profissionais que julgam desnecessário um upgrade periódico ou uma reciclagem em seus conhecimentos.
Pode-se aprender com os próprios erros ou com as experiências de outros(as) que trilharam o mesmo caminho, falhando ou não. O problema é que um erro em incorporação imobiliária pode demorar anos para ser identificado, tendo em vista o ciclo do empreendimento, se de 12, 24, 36, 48 meses ou até mais.
Por isso, muita atenção deve haver por parte dos profissionais do mercado de Real Estate e incorporadores de primeira viagem! Considerando um novo ciclo de crescimento do mercado imobiliário brasileiro que se aproxima, o ideal é render-se ao conhecimento e “lançar-se ao mar” munidos de informações técnicas e acompanhados ou mentorados por bons e vividos marinheiros.
Até porque, como diz o provérbio popular, “mar calmo nunca fez bons marinheiros”! E veja que a economia brasileira não costuma decepcionar quando o assunto é “formação de bons marinheiros”.
Alan Gaspar
Advogado especialista em Direito e Mercado Imobiliário
Diretor de Conteúdos e Assuntos Acadêmicos da AMADI
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